11 de abr. de 2011

Simetria entrevista Grupo AfroReggae





O projeto Empregabilidade do Grupo AfroReggae teve início em fevereiro de 2008. E hoje já são mais de duas mil pessoas recuperando a cidadania, empregadas e com carteira assinada. A maior parte egressa do sistema penitenciário ou com alguma ligação com o crime, todas vindas de comunidades cariocas. O projeto do AfroReggae encaminha, através de parcerias com empresas que colaboram para diminuir a violência e a reincidência de 8 para cada 10 presos no sistema penitenciário.


A Simetria está em parceria com o projeto de Empregabilidade, visando recrutar pessoas dentro das comunidades cariocas sendo elas: deficientes físicos, ex-detentos, primeiro emprego ou não para o mercado de trabalho. Através de palestras, orientando e atendendo suas necessidades. Será mais uma oportunidade que a empresa estará oferecendo para seus clientes. O processo será o mesmo, de mapeamento do perfil desejado e encaminhado para as empresas. E quem irá contar sobre essa parceria é o supervisor de campo do projeto de Empregabilidade do Grupo Afroreggae Cláudio Fontoura Piuma.

Como foi sua trajetória até o projeto de Empregabilidade?
No início foi muito difícil, eu era chefe do tráfico de drogas no Complexo do Alemão, fui preso e quando sai não tive oportunidade de emprego. Tinha duas opções: voltar para o crime ou continuar tentando, não queria ir para o caminho do mal. A sociedade deve ajudar essas pessoas a saírem do crime, caso contrário, ela voltará para o tráfico. O inferno é aqui fora e não no presídio.  O projeto Empregabilidade vem ajudando muitas pessoas que assim como eu, passaram por isso e estão buscam uma oportunidade. É o projeto mais importante do Grupo AfroReggae. Depois que fomos ao programa da Regina Casé, o Esquenta da rede Globo, tivemos um aumento de quase 80% no número de empresas que nos procuraram. O Luciano Huck fez essa semana uma entrevista conosco que irá ao ar dia 16 de abril e no dia 15, teremos uma corrida da Paz no Complexo do Alemão onde ele também estará. O Luciano é o padrinho do projeto Empregabilidade é um cara muito gente boa.

Conte um pouco da questão dos egressos.
Com a ajuda das empresas, estamos conseguindo resgatar essas pessoas. Eles nos procuram em nossa sede onde são cadastrados. Fazemos um acompanhamento e muitos que estão no semi-aberto, já estão trabalhando e encaminhados. Temos parceria com Defensoria Pública e Ministério Público. Precisamos conscientizar a sociedade de que essas pessoas podem mudar. Tem o caso de um rapaz que era do tráfico, estava a três anos trabalhando depois que foi solto e não tinha uma casa direita para morar. Ele ganhou essa casa do Luciano Huck em seu programa. É esse o caminho, o da oportunidade.

O Grupo Afroreggae está em parceria com a Simetria, quais os benefícios dessa união?
Somar, somar na parceria e na oportunidade, isso é a melhor coisa que um ser humano pode ganhar. Às vezes o que ele precisa é apenas de uma pequena chance que acaba não tendo. O conhecimento é tudo que uma pessoa pode ter. A Simetria está dando uma excelente oportunidade.

Você acha que essa parceria quebra paradigmas já que teremos uma empresa dando oportunidade dentro das comunidades?
Sim, com certeza. Informar é fundamental, o projeto Empregabilidade e a Simetria estarão dentro do núcleo que são as comunidades. E chegar lá, orientar essas pessoas com palestras, é ótimo. Muitas vezes essas pessoas perdem uma oportunidade porque não tem dinheiro para uma passagem ou tomar um café da manhã. E sabendo que terá uma empresa dando um suporte para eles, que só irão precisar sair de suas casas para assistir uma palestra e serem ouvidos, é maravilhoso.

A Simetria possui o PcD, que ingressa deficientes no mercado de trabalho. Como é essa demanda no Grupo AfroReggae? Como ficam os ex-detentos que possuem deficiência?
Existem sim, as empresas também estão contratando deficientes ex-detentos. Na verdade a deficiência está na cabeça e não na parte física. Tenho um amigo que não possui os dois braços, ele é borracheiro. Um cliente que foi a oficina viu e disse que nunca mais daria esmola na rua. Porque ele que não tem os braços, estava trabalhando e muita gente que está perfeita, fica pedindo dinheiro. Fico muito satisfeito com esse trabalho, dar oportunidade para essas pessoas de saírem do crime, claro que elas precisam querer isso. Quem dera que eu tivesse o poder de tirar todos dessa vida.




Por: Priscila Sarmento


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