21 de jun. de 2012

Sem experiência? Saiba o que colocar no currículo para o primeiro emprego


Selecionar informações é desafio para quem começa a vida profissional.
Especialistas ensinam a fazer uma apresentação atraente.


Preencher as páginas em branco de um currículo pode ser um grande desafio para quem nunca trabalhou e busca sua primeira oportunidade no mercado, como um estágio ou programa de trainee. Como fazer para convencer recrutadores das suas qualidades profissionais, se elas nunca foram testadas? Dá para montar um currículo atraente com tão pouca informação?

Segundo especialistas ouvidos pelo G1, dá. Nesse caso, a recomendação é de que o candidato aposte em três prioridades para ser bem-sucedido: destaque aos estudos (principal atrativo dos jovens profissionais); boa apresentação (texto limpo e esteticamente apresentável) e honestidade.

“Não adianta ficar ‘enchendo lingüiça. Síntese é o principal”, explica Giuliano Bortoluci, diretor de comunicação da Estagiários.com, empresa de seleção de estagiários.

O segredo, segundo Bortoluci, não está no número de linhas que o currículo terá. O importante, diz ele, é chamar a atenção de quem selecionará candidatos, para que você seja chamado para uma entrevista. 

Formação

Se a prática profissional está em falta, recomendam os especialistas, destaque seus principais “trunfos”: sua formação escolar e/ou acadêmica.

“Colocar sempre o que a pessoa tem de melhor, o mais importante primeiro: a área de estudo”, explica Giuliano Bortoluci.

Cursos rápidos e treinamentos também merecem registro no currículo – desde que sejam compatíveis com o cargo pretendido. “Cursos de curta duração mostram o interesse e a curiosidade do jovem. Mostram que ele é ‘fuçador’, curioso, dinâmico”, diz a diretora da Mussi Consultores, Mônica Mussi.

Intenções futuras

Para quem ainda não começou a cursar a faculdade, vale registrar as pretensões e o compromisso com a qualificação no futuro.

“A pessoa pode acrescentar, se vai ingressar em uma faculdade, que curso irá fazer”, recomenda Adriana Viveiros, gerente técnica de recrutamento e seleção da Soulan Recursos Humanos.

Informações desse tipo podem ser apresentadas em um tópico à parte, algo como “Pretensões de aperfeiçoamento”, em que o candidato pode mostrar o que pretende fazer para se especializar.

O importante, no entanto, é não transformar seu currículo em um festival de promessas. “Ele pode colocar uma coisa ou outra, mas não se ‘empolgar’ e colocar um monte de intenções”, diz Bortoluci, da Estagiários.com.

Apresentação

Erros de português no currículo são "inaceitáveis" e podem colocar qualquer processo de seleção a perder, segundo os consultores.

"Boa escrita, boa gramática, boa apresentação. Pedir para alguém revisar o currículo e aprender com a revisão; isso é fundamental", diz Mônica Mussi.

Um bom recurso para amenizar a escassez de informações do currículo inexperiente é a maneira de organizar os dados no editor de texto.

"É importante que ele seja esteticamente agradável, letra em um tamanho bacana, que seja fácil de ler. E é bom centralizar o texto, deixá-lo bem no centro da folha. Uma página está de bom tamanho", diz Mônica Mussi.

Tópicos sucintos e organizados também são importantes. "Tem que colocar informações de modo que o selecionador passe o olho e já consiga vizualizar", afirma Bortoluci

'Hobbies' entram?
Para a consultora Mônica Mussi, incluir um item "informações complementares" no currículo pode ser útil para apresentar atividades extracurriculares interessantes, como esportes ao ar livre (rafting, arborismo) ou preferências compatíveis com a empresa (como hábitos de leitura se a vaga é em uma grande livraria, por exemplo).

Já para Bortoluci, o melhor é guardar esse tipo de informação para a entrevista. " No currículo, é melhor só o que tiver relação com o cargo", diz. "Já atividades filantrópicas e trabalho voluntário são apreciadas hoje em dia e podem ser incluídas".

Auto-elogios

Descrever qualidades como dinamismo, interesse e iniciativa no currículo é prática não recomendada pelos consultores.

Melhor é deixar que os próprios selecionadores identifiquem suas qualidades na entrevista. "Pode soar arrogante", diz Mônica Mussi.

Fonte: G1, em São Paulo
Por: Ligia Guimarães

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